Recanto de Palavras

Martha queria ganhar um presente. Presente de Natal. Não um presente qualquer... queria uma radiovitrola, mas não dizia, não pedia... esperava... O marido percebeu, nas entrelinhas, seu desejo e na noite de Natal entregou a Martha, sua mulher, seu amor, o presente desejado. E dentro do aparelho veio um vinil com valsas de Strauss. Ela ligou, colocou o disco para tocar e dançou, valsou com seu marido a música preferida: A Valsa do Imperador. Martha partiu há 36 anos e Joaquim, seu marido, há 6. Eram meus pais. Sempre que ouço uma valsa de Strauss fico imaginando os dois juntos dançando, valsando... ela com um vestido azul esvoaçante e ele todo feliz rodopiando, valsando com sua amada. Valsem... e um dia vou tirar o marido de Martha para dançar comigo também. Mas, calma, Seo Joaquim, não vamos ter pressa, pois ainda tenho muita coisa a fazer por aqui. (Mima Badan - preparando a casa para o Natal e com saudade dos tempos em que os pais também estavam celebrando .)

Sorria, seu sorriso ilumina alegra Sorria, seu sorriso traz a esperança leva a tristeza Sorria, seu sorriso diz que a vida vale a pena ser vivida Sorria, menina pra me deixar alegre pra me fazer feliz. (Mima Badan)

Lágrima que chega de mansinho ao ver uma criança sorrindo e um velho acarinhando seu neto ao ouvir a música que dá saudade Lágrima que chega ao ver um amor partir é lágrima triste é lágrima quente que faz doer o coração Lágrima que chega triste ao ver uma partida partida derradeira partida sem volta Lágrima que chega fresca lavando o rosto lavando a alma é a lágrima da chegada do abraço de saudade do carinho que chegou chegou sem querer voltar. (Mima Badan)

Vento que venta leva pra longe minhas dores minhas tristezas Vento que venta traga de longe minha esperança minha alegria Vento que venta venta mansinho só para acariciar minha criança que dorme. (Mima Badan)

Na nossa vida temos muitos momentos de alegria e, hoje foi um dia assim... cheio de alegria e boas recordações. A causa? Um jogo de futebol. Alegria por um jogo de futebol? Pois é... Na minha família, quando um bebê nasce já vem "carimbado": é mais um pontepretano que chega... Desde muito pequena aprendi - assim como meu irmão, primos, a ir ao estádio em dias de jogos. Minha mãe, as tias preparavam o almoço mais cedo e lá íamos nós pra mais uma tarde alegre, vibrante mas, nem sempre vitoriosa. O time perdia mas o entusiasmo continuava, pois no próximo domingo venceria... O time, ao longo dos anos ganhou muito, mas perdeu mais. E continuamos vibrando, torcendo... sempre. Meu pai dizia: na semana que vem tudo vai melhorar... E hoje, para nossa alegria, o time, a macaca voltou à chamada elite do futebol brasileiro. Eu, em São Paulo, assisti pela TV mas, sabia que muitos familiares estavam lá, no estádio vibrando, torcendo e ao final do jogo... chorando de alegria.

Caixas foram tiradas do armário. Fitas foram passadas a ferro. Anjos tiveram suas asas coladas. Enfeites da sala foram guardadas no armário. Rosas foram trocadas por bicos de papagaio. É época de preparação. Preparação para o Natal. A casa muda de cara, vai ficando colorida de verde e vermelho. Logo haverá cheiro de panetone, tender e perú assado. As crianças vão pensando nos presentes, as mamães procurando poder presentear. Mas, o que mais gosto é a montagem do presépio. Menino Jesus está longe da manjedoura, cuidado por um anjo. Maria e José caminham à procura de pousada. Na manjedoura já estão lá o pastor com sua ovelha, um burrinho e uma vaca. Dia após dia as crianças fazem Maria e José caminharem um pouco. Só em 25 de dezembro é que chegarão na manjedoura para que o filho possa nascer. Natal é festa festa para ele, para Jesus que se fez menino. (Mima Badan)

Diariamente, enquanto estou preparando o almoço. fico controlando o horário, pois as netas chegam do colégio "morrendo de fome". E, quando dá 11.11... lá estou eu olhando... Hoje foi especial, pois o horário 11.11 da manhã vinha fazendo companhia para a data 11.11.11. Gosto do número 11 e, por gostar, achei que algo aconteceria... e aconteceu: continuo com saúde, a família se gostando. Tinha comida boa no almoço, música tocando, crianças correndo pela casa... então, foi um lindo 11.11.11. E como isso só acontecerá daqui a 1.000 anos e, não sei por onde andarei... um bom final de dia aos meus amigos, aos meus amores. É isso...

Gosto de estar comigo de ficar comigo Gosto de estar com você de ficar com você Gosto e como gosto... Eu comigo Eu contigo Você comigo Você contigo Gosto... (Mima Badan)

Quando eu sentir frio me aqueça Quando eu estiver triste me alegre Quando eu estiver feliz dance comigo Quando eu estiver perto me abrace Quando eu estiver longe sinta saudade Enquanto eu viver me ame Quando eu partir continue me amando (Mima Badan)

Gosto de sentir saudade. Quando ela chega eu a abraço com carinho e com ela navego e voo nas suas asas. Ela me leva para o colo de amores que se foram. Ela me traz momentos que se foram. Ela umedece meu rosto e lava minha alma. Seja sempre bem-vinda, Dona Saudade! Se você vem é porque tenho lindas pessoas que voltam, maravilhosos momentos que são e sempre serão inesquecíveis. Volte sempre! Traga meus amores, meus carinhos vividos, as estrelas que vi cair... Até, Dona Saudade! (Mima Badan)