O HOMEM DO SACO





Quando eu era pequena tinha medo do tal homem do saco. Nunca o vi, meu irmão não o viu mas também tinha medo dele.

Minha mãe nunca nos ameaçou, como tantas mães faziam dizendo aos filhos: "Fique bonzinho, não faça mais isso, senão o homem do saco te pega!" - um horror!!!


E agora, anos depois nos tornamos em... homens do saco, mulheres do saco!!! E olhe que precisam mesmo sentir medo da gente, criaturas monstruosas.


Como, nós, criaturas monstruosas???

Pois é, isso mesmo... é isso aí...

A cada ida ao supermercado voltamos lotados de ... sacos... 


Em nossa casa temos até o tal puxa-saco, que muitas vezes é bonito, bordado até e, lá estão os sacos que recebemos gratuitamente no supermercado, guardamos e vamos usando, usando sem pensar nas consequências.


Animais marinhos morrem porque acham que os tais sacos são alimentos; outros ficam asfixiados por não conseguirem se desvincilhar dos tais...


As enchentes são maiores porque esses sacos se acumulam entupindo bueiros, piscinões...


A reciclagem desse produto é caríssima e ao que parece, é mais caro reciclar um saco que produzir um novo, então... o acúmulo é enorme! A natureza fica impregnada desse material e montes ficarão na natureza por anos, anos, anos...


Quem, como eu, que acredita na reencarnação vai encontrar, quando voltar a viver por aqui, os mesmos sacos acumulados que um dia jogaram na natureza...


Vamos procurar fazer o que fazem os irlandeses: ter, em cada casa, em cada carro uma sacola de tecido para colocar nossas compras. E, nos recusarmos a receber os tais saquinhos que nos são oferecidos nos supermercados e outros locais.


A gente sempre pensa em deixar um mundo melhor para nossos filhos, netos, mas, nos esquecemos que também precisamos oferecer ao mundo pessoas melhores, pessoas que se preocupam com a natureza, com o mundo, com as pessoas...


A Natureza agradecerá essas atitudes. É nosso carinho por tudo que ela nos oferece.


(Mima Badan)

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